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OPINIÃO: Momento de mudanças, fim do populismo e empoderamento feminino

Sinto falta dos conselhos e troca de ideias com meu pai, que estaria fazendo, dia 5 de outubro, amanhã, 101 anos. Nas épocas de eleição, sempre conversávamos muito, trocávamos ideias, ele sempre mais moderado, eu sempre mais sonhador. Queria mais mudanças, acreditava mais em promessas, acreditava mais na boa fé. Ele sempre dizia "ninguém faz mágica, dinheiro não brota em macega", quem promete muito, não faz quase nada, dinheiro só se ganha trabalhando, e gastando menos que se ganha. Nunca confundir investimento com despesa. Investimento gera emprego e circulação de riqueza, despesa gera falência e desemprego.

O momento de hoje é fruto de despesas mal geridas e investimentos sem retorno. Cuidado com o populismo, os próximos governos terão que tomar atitudes coerentes e austeras para sairmos dessa recessão. Procure nos planos de governos formas de alavancar a produção, e fundamentalmente de onde sairão os recursos para implementar esses planos. Essas ideias eram trocadas no dia a dia que antecedia as eleições. As vezes concordava com meu pai, as vezes não. Mas sempre respeitávamos as ideias contrárias, coisa que hoje parece não acontecer mais. Mas uma coisa nunca me esqueci, ele sempre dizia "vou votar enquanto puder escolher meus candidatos, nunca vou deixar outros resolverem minha vida por mim, se errar assumo e não repito, mas vou votar enquanto puder".

E votou com 87 anos pela última vez. Faleceu com 88 anos. Este ano vou levar minha mãe para votar, com 96 anos. Ela assistiu a programas políticos e escolheu seus candidatos. Minha irmã e eu trocamos com ela algumas ideias, mas quem escolheu seus candidatos foi ela. Será um voto interessante, cada cargo de um partido diferente, não terá partido repetido, mas procurando o que acha que é melhor para o futuro. Vai com andador, por certa dificuldade de locomoção, mas diz que não pode deixar de votar. Ela nasceu antes das mulheres poderem votar e quando, em 1934, as mulheres começaram a votar, tinha 12 anos. A partir dos 18 anos votou em todas as eleições. Ela já fez a cola para votar, a urna é uma dificuldade. Mas para quem já foi votar a cavalo, isso é questão de vontade. Tem muitos jovens que não levam a sério esse compromisso. Não transferem o título ou viajam nas eleições, não fazem o título aos 16 anos. Minha filha, com 18 anos, vai votar pela segunda vez. Tenho orgulho de sua postura, e não vai votar em todos os meus candidatos. Para alguns jovens falta comprometimento e responsabilidade.

As mulheres, hoje, representam 52% dos eleitores, com inteligência, respeito e bom senso podem decidir a eleição. As mulheres têm uma sensibilidade superior e conseguem ver mais do que os homens em muitas situações. Acredito fortemente na igualdade entre homens e mulheres, cada um com aspectos diferentes, mas com a mesma importância no conjunto. O empoderamento nada mais é que a igualdade entre os sexos. Conquistada com inteligência e vontade.

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